Refluxo gastroesofágico: sintomas, causas e tratamentos.

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ilustração mostrando refluxo gastroesofágico Dr. Luiz Gustavo Oliveira cirurgião bariátrico

Já sentiu dor e queimação no peito depois das refeições? Talvez esteja na hora de visitar um médico, porque esses são sinais de refluxo gastroesofágico. Essa doença é um problema bastante comum, que pode causar uma série de complicações gástricas. Conheça as possíveis causas e sintomas para aprender as melhores maneiras de prevenção, além dos possíveis tratamentos.

O que é refluxo gastroesofágico?

Quando nos alimentamos o alimento desce pelo tubo digestivo, passando pelo esôfago e seguindo para o estômago. Para impedir que o alimento e o suco gástrico usado na digestão retornem pelo tubo, causando refluxo, existe um anel de fibras musculares chamado de esfíncter esofágico. Basicamente, ele relaxa para permitir a passagem do alimento e permanece contraído o restante do tempo.

Quando ele está relaxado ou não tem uma ativação correta, o esfíncter permite que os conteúdos do estômago retornem para o esôfago. Só existe um pequeno problema nisso: ao contrário do estômago, que possui paredes preparadas para lidar com o ácido clorídrico, o esôfago sofre com os danos dessa acidez e fica irritado e inflamado. Assim, surge o quadro do refluxo gastroesofágico.

Existem diversas causas para o problema, como a hérnia de hiato. Em casos de hérnia o estômago passa acima do diafragma, prejudicando a função esfincteriana. Também é possível que hábitos, como o fumo, estejam entre os causadores. Alguns dos componentes do cigarro causam o relaxamento das fibras musculares do esfíncter. A obesidade e a gravidez são mais dois fatores que aumentam as chances de desenvolver o problema.

A obesidade aumenta a pressão intra-abdominal que existe no corpo. Como resultado, os órgãos também sofrem maior pressão, incluindo o estômago. Portanto, os conteúdos desse órgão têm maior probabilidade de retornar ao esôfago. Estudos mostram que existe maior prevalência de refluxo gastroesofágico em pacientes obesos ou com sobrepeso.

Outros fatores de risco importantes para o refluxo gastroesofágico

Acima citamos algumas das causas e fatores de risco para o desenvolvimento do refluxo gastroesofágico. Contudo, ainda há outros sinais de alerta aos quais devemos ficar atentos:

  • Diabetes: essa doença provoca uma condição chamada de gastroparesia, em que os músculos estomacais deixam de funcionar corretamente, o que faz com que o estômago demore a ser esvaziado. A presença dos alimentos no estômago por um tempo excessivo causa diversos problemas, entre eles o refluxo gástrico;
  • Doenças alérgicas;
  • Ingestão excessiva de alimentos;
  • Ingerir alimentos gordurosos;
  • Consumir bebidas alcoólicas ou cafeína.
Mulher com mau hálito - site Dr. Luiz Gustavo Oliveira, cirurgião geral e bariátrico Rio de Janeiro

Sintomas

Pacientes com a doença sofrem com os resultados da inflamação do esôfago pela ação dos ácidos estomacais. Entre os possíveis sintomas podemos destacar:

  • Azia;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade para engolir;
  • Tosse seca;
  • Rouquidão;
  • Regurgitação;
  • Náusea após a regurgitação;
  • Sensação de bolo na garganta. Uma condição conhecida como globus faríngeo;
  • Dores na garganta;
  • Apneia do sono;
  • Alterações nos dentes;
  • Sensação de que há um peso no estômago;
  • Arrotos frequentes;
  • Laringite;
  • Problemas para fazer a digestão.

A maioria dos sintomas são percebidos minutos ou horas após se alimentar, e eles podem se agravar caso o paciente se abaixe ou se deite logo após uma refeição.

Quando procurar um médico?

Quando os sintomas do refluxo são persistentes e motivo de desconfortos constantes, convém procurar o gastroenterologista para avaliar o caso. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e início do tratamento, mais rápido o paciente vai se ver livre dos sintomas e evitar complicações.

Como é feito o diagnóstico do refluxo gastroesofágico?

O refluxo gastroesofágico pode ser diagnosticado com um simples exame físico. Pois a presença de vários sintomas típicos ajuda o médico a confirmar tal condição.

Mas há casos em que exames adicionais são solicitados, por exemplo, se não houver indícios suficientes para confirmação do diagnóstico, ou quando o paciente não reage ao tratamento e os sintomas persistem por um período considerável. São três abordagens possíveis:

  • Endoscopia com biópsia;
  • pHmetria esofágica;
  • Manometria, em alguns casos.

Com a endoscopia é possível avaliar a condição do esôfago por meio de um tubo fino com uma câmera na extremidade e que é introduzido pela boca do paciente. É usada uma sedação leve e o médico consegue visualizar as imagens em um pequeno monitor.

Durante o exame, o endoscopista pode retirar uma parte do tecido esofágico para realização de uma biópsia.

Porém, se os resultados não forem conclusivos, é realizado o exame de phmetria esofágica, em que um tubo é introduzido pelo nariz do paciente até a parte inferior do esôfago. Na extremidade do equipamento há um sensor que transmite informações para um pequeno monitor levado pelo paciente.

O objetivo é medir a acidez do local por 24 horas e também determinar o nível de refluxo. Esse exame é muito indicado para os casos em que está sendo considerado um procedimento cirúrgico para correção do problema.

Para confirmar se a cirurgia é a melhor escolha é realizada uma manometria, que fornece detalhes sobre o funcionamento e a força muscular da região.

Cirurgiões em cirurgia de hérnia de hiato - site Dr. Luiz Gustavo Oliveira, cirurgião geral e bariátrico Rio de Janeiro

Tratamentos

O tratamento pode ser feito de maneira conservadora, de acordo com a causa da doença. Na maioria dos casos, ele consiste em realizar alterações de estilo de vida e controlar os sintomas. O paciente precisa controlar sua dieta, diminuindo a ingestão de gorduras e outros tipos de alimentos podem irritar o estômago.

Também é possível utilizar antiácidos para controlar a azia e outros desconfortos. Indivíduos obesos ou com sobrepeso conseguem bastante alívio nos sintomas da doença através do controle do peso e da prática de atividades físicas regulares. É claro que tudo precisa ser supervisionado e autorizado pelo médico.

Medicamentos para refluxo gastroesofágico

O uso de medicamentos é a forma mais comum de tratar o refluxo gastroesofágico. Há vários disponíveis e a indicação requer avaliação médica:

Inibidores de produção de ácido

São os medicamentos mais comuns nesse caso, pois diminuem a acidez do estômago e permitem que as mucosas prejudicadas se recuperem. O tratamento pode durar semanas e há chances de surgirem alguns efeitos colaterais, como diarreia ou prisão de ventre. Os Inibidores são divididos em 2 grandes grupos:

  • Inibidores de bombas de prótons: inclui medicações, como omeprazol, esomeprazol, pantoprazol ou lansoprazol, que são as mais usadas para esse tipo de problema. Como o nome sugere, esse tipo de medicação inibe proteínas presentes no estômago, conhecidas como bombas de prótons. Assim a acidez diminui, dando tempo para que órgãos prejudicados, como o estômago e o esôfago, recuperem-se;
  • Antagonistas dos receptores da histamina: inclui medicamentos, como cimetidina, nizatidina ou famotidina. Eles se ligam a algumas proteínas da parede estomacal, fazendo com que a histamina não seja ativada. Consequentemente, a produção de ácido diminui, com um alívio dos sintomas por até 12 horas. Mas, se não houver uma melhora em até 6 semanas, o médico deverá ser novamente consultado.

Antiácidos

Medicamentos desse tipo não tratam o problema, porém diminuem o desconforto de forma temporária ao neutralizar a acidez do estômago. É preciso ser cuidadoso com o seu uso excessivo, já que o organismo, ao perceber a falta de acidez, pode começar a produzir ácido em quantidades ainda maiores e piorar os sintomas.

Como exemplos de antiácidos podemos citar o hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, carbonato de cálcio e bicarbonato de sódio. O uso desses medicamentos não deve ultrapassar 2 semanas e seus efeitos colaterais incluem diarréias e até problemas renais.

Aceleradores de esvaziamento estomacal

Como o nome sugere, esses remédios aumentam a movimentação de partes do sistema digestivo, fazendo com que o alimento fique menos tempo no estômago, o que diminui o refluxo.

É muito importante que essa medicação não seja usada sem a devida orientação, já que ela é contraindicada para pacientes com obstrução ou perfuração estomacal ou intestinal e quando há risco de hemorragia.

Além disso, seu uso pode trazer diversos efeitos colaterais, como diminuição da pressão arterial, arritmia cardíaca e nervosismo.

Protetores gástricos para o tratamento do refluxo gastroesofágico

No tratamento do refluxo gastroesofágico esses medicamentos são usados para proteger a mucosa do estômago e esôfago e diminuir os sintomas. Nunca devem ser ingeridos sem prescrição médica, pois sua indicação vai variar de caso para caso.

Os pacientes que fazem uso dos protetores gástricos podem apresentar tontura, dor de cabeça, náuseas e outros efeitos colaterais.

Tratamento por meio de mudanças comportamentais

O paciente deve tomar algumas atitudes para aliviar os sintomas, como:

  • Evitar alimentos que causam crises;
  • Praticar atividades físicas;
  • Perder peso;
  • Há dados científicos que comprovam que elevar a cabeceira da cama por volta de 15 centímetros ajuda a reduzir os sintomas da doença.

Cirurgia

O tratamento cirúrgico é indicado quando o paciente desenvolve complicações mais graves, como úlceras e esofagite. Também pode ser realizada quando o tratamento por medicamentos não é efetivo, ou até em pacientes que não aceitam a ideia de tomar a medicação por muito tempo.

O principal procedimento cirúrgico para tratar o refluxo gastroesofágico é chamado de fundoplicação de Nissen. Ele é minimamente invasivo, realizado pelo cirurgião do aparelho digestivo por laparoscopia e forma um bloqueio antirrefluxo.

Independentemente do tipo de tratamento, é indispensável que o paciente siga todas as recomendações do especialista até o fim do processo.

Como a alimentação interfere na vida de quem sofre de refluxo gastroesofágico

Uma alimentação desbalanceada é sempre prejudicial, ainda mais quando o paciente sofre de refluxo gastroesofágico. Pois existem alimentos que são de difícil digestão e irritam o estômago, o que tende a agravar os sintomas da doença.

Doces, frutas cítricas e gorduras podem piorar os sintomas de forma imediata, além de contribuírem para o ganho de peso, que é outro fator que costuma influenciar na manutenção dos desconfortos.

Por isso, a mudança de hábitos alimentares é uma das principais recomendações médicas para tratar a enfermidade. Entretanto, para ter um melhor resultado é fundamental que o paciente visite um nutricionista, para que sua dieta não apenas reduza os sinais da enfermidade, mas também tenha todos os nutrientes necessários.

Dieta para quem tem refluxo

A dieta para quem sofre de refluxo deve priorizar alimentos mais saudáveis, como vegetais, frutas, ovos, carnes magras, arroz e macarrão integrais, leguminosas e cereais integrais.

Também é importante que, durante o preparo, a pessoa dê preferência para temperos naturais e cozinhe suas refeições na grelha ou no vapor. Isso porque a adição de elementos condimentados e frituras pode atrapalhar os efeitos benéficos desses alimentos.

Dito isso, veja o que é aconselhável inserir em seu cardápio:

  • Frutas e vegetais frescos de diversos tipos, como alface, brócolis, rúcula, melancia, manga, uva, goiaba, maçã e outros. Porém, cuidado com as frutas cítricas, pois elas devem ser evitadas.
  • Chás de gengibre e camomila devem ser inseridos na dieta, pois auxiliam na digestão.
  • Gorduras mais saudáveis podem ser usadas em pequenas quantidades, como o azeite de oliva.
  • Proteínas magras, como frango sem pele, peixes brancos e ovos. Já quem gosta de carnes vermelhas deve escolher partes com pouca gordura e retirar os excessos visíveis antes do consumo.
  • Laticínios e derivados desnatados, como requeijão baixo em gordura, ricota e queijos brancos.

E alimentos com fibras, é bom comer?

Outra dúvida comum é quanto ao consumo de fibras. Quem sofre de refluxo gastroesofágico pode consumi-las, contudo, isso vai depender do estágio em que a doença se encontra.

Quando os sintomas do refluxo estão ativos, é melhor que a alimentação seja pobre em fibras, para que os alimentos permaneçam no estômago por menos tempo. Nessa fase, o paciente pode consumir bolachas de água e sal, vegetais cozidos sem cascas e sementes, frutas, pão, macarrão e gelatina.

No entanto, se o indivíduo não estiver apresentando sintomas, ele pode incluir mais fibras em sua alimentação, ao consumir arroz e macarrão integrais, grão de bico, feijão, linhaça, amendoim, castanha de caju e frutos secos, como nozes e avelãs. Sementes de chia, gergelim e abóbora também são uma boa opção.

Por fim, é importante que a pessoa desenvolva um diário alimentar, onde tenha o hábito de registrar todas as suas refeições. Assim, é possível identificar qualquer alimento que desencadeia os desconfortos e informar ao nutricionista. Pois cada organismo apresenta suas particularidades e pode reagir de forma diferente a um determinado produto.

Quais os benefícios de uma boa alimentação?

A dieta adequada traz como principal benefício a redução dos sintomas. Isso acontece porque os alimentos ficam no estômago por menor intervalo de tempo, o que cria menos oportunidades para que os episódios de refluxo aconteçam.

Além disso, os alimentos corretos fazem com que menos ácido estomacal seja produzido, o que diminui a irritação nas paredes do órgão.

Alimentos que devem ser evitados por quem apresenta refluxo gastroesofágico

Além de aderir a uma dieta saudável, os pacientes com refluxo gastroesofágico precisam ficar atentos a alguns alimentos que devem ser evitados a todo custo. São eles:

  • Produtos embutidos, como salsichas, salame, presunto, mortadela e bacon.
  • Óleos e qualquer tipo de fritura, incluindo manteiga, batata frita, banha e atum no óleo.
  • Hortelã e qualquer produto que tenha essa planta como base.
  • Temperos prontos e picantes devem ser evitados, incluindo caldo de carne ou frango.
  • Bebidas gaseificadas, como água com gás e refrigerantes.
  • Bebidas alcoólicas, especialmente, as fermentadas, como cerveja e vinho.
  • A cafeína também deve ser evitada. Além do café, ela está presente em chocolates, energéticos, bebidas de cola e chás preto, verde e mate.
  • Ketchup, maionese e outros molhos.
  • Produtos que são vendidos congelados ou pré-cozidos, como pizzas, nuggets, lasanhas e carnes de hambúrgueres.
  • Laticínios contendo mais de 1% de gordura, como leite, iogurtes integrais e queijos amarelos.

Também é essencial ressaltar que algumas pessoas podem apresentar desconfortos ao consumirem alho e cebola ou frutas com alto teor de gordura, como o abacate e o coco. Então, mesmo que alguns alimentos sejam benéficos de forma geral, o paciente deve observar como o seu organismo irá reagir a eles.

Comportamentos alimentares que minimizam os sintomas do refluxo gastroesofágico

Agora, você já sabe o que um paciente com refluxo gastroesofágico deve consumir e o que evitar, mas também existem alguns comportamentos a serem introduzidos na alimentação que ajudam a minimizar os sintomas. São eles:

  • Dividir a alimentação em várias refeições pequenas, a cada 2 ou 3 horas.
  • Não ingerir líquidos durante as refeições.
  • Não se exercitar logo após se alimentar.
  • Separar um tempo adequado e um local tranquilo para as refeições, para que seja possível mastigar lentamente e evitar se apressar, visando cumprir outras tarefas.
  • Ao se alimentar à noite, aguarde de 3 a 4 horas para se deitar.
  • Use roupas que não apertem a região abdominal, pois uma menor pressão no local reduz as chances de refluxo.
  • O paciente que está acima do peso sempre deve seguir uma dieta passada por um nutricionista. Assim, além de reduzir os sintomas da doença, ele irá perder peso.
  • Dormir com a parte superior do corpo elevada em um ângulo de 45 graus. Para isso, é possível usar almofadas ou até mesmo levantar a cabeceira da cama. Essa posição diminui a probabilidade de que algum conteúdo do estômago escape para o esôfago.

Além dos cuidados com a alimentação, o paciente deve parar de fumar e evitar situações que aumentem o nível de estresse.

Também é importante lembrar que os pacientes obesos que se submetem à cirurgia bariátrica bypass têm como um dos benefícios a redução dos sintomas de refluxo.

Atividade física e refluxo gastroesofágico

A atividade física pode desencadear os sintomas em quem sofre de refluxo gastroesofágico, por isso, esse assunto precisa ser tratado com muita cautela. De forma geral, ainda não há certeza de como os exercícios físicos se relacionam com o refluxo. Todavia, algumas pesquisas apontam que três coisas podem contribuir para o surgimento dos desconfortos:

  • Aumento da pressão abdominal durante determinados exercícios.
  • Mudanças endocrinometabólicas.
  • Problemas de movimento no sistema digestivo devido à diminuição do fluxo de sangue no intestino.

Além do mais, há pesquisas que apontam para o agravamento do problema em atletas em virtude das mudanças na secreção hormonal, alterações motoras no esôfago e ventrículo e a posição adotada durante o exercício. De maneira geral, atividades físicas bastante intensas, mesmo que não estejam focadas na região abdominal, podem contribuir para os sintomas.

Entretanto, isso não significa que uma pessoa que sofre de refluxo gastroesofágico precisa abandonar a prática esportiva. Pois, como sabemos, exercitar-se é fundamental para a manutenção da saúde. Então, o desafio é encontrar atividades que não agravam o problema.

Embora o exercício físico moderado não trate o refluxo em si, ele é indispensável para ajudar no combate de algumas de suas causas, como a obesidade e a má digestão. Sobretudo, alguns exercícios fortalecem a musculatura estomacal, o que é importante para prevenir doenças no aparelho digestivo.

Quais exercícios físicos são recomendados?

Para chegar a uma rotina de exercícios equilibrada, o paciente deve buscar orientação médica e monitorar os sintomas durante o treino. Caso sinta desconfortos, os profissionais competentes podem sugerir alterações na intensidade ou até mesmo propor novos exercícios. O mais importante é manter-se em movimento de uma forma que não piore os sintomas.

Normalmente, são indicados exercícios, como:

  • Natação.
  • Spinning.
  • Caminhada.

Para ter uma orientação em todos os momentos, o paciente também pode matricular-se em uma academia.

Quais atividades físicas são contraindicadas para pacientes com refluxo gastroesofágico?

Quem tem o diagnóstico de refluxo gastroesofágico, normalmente, deve evitar alguns tipos de treinos de longa duração e alta intensidade, principalmente, aqueles que incluírem:

  • Sessões de abdominais.
  • Levantamento de muito peso.
  • Dobrar-se sobre a região abdominal.
  • Manter-se em uma mesma posição por tempo prolongado.

Riscos de não seguir o tratamento correto

Quando o refluxo não é tratado ou não recebe a conduta terapêutica correta, o paciente pode sofrer algumas complicações sérias. Abaixo descrevemos as mais comuns.

Esofagite

A esofagite é uma inflamação no esôfago, que pode ser desencadeada pela presença constante de líquido estomacal oriundo de episódios de refluxo nessa região. Isso faz com que o paciente sofra de diversos sintomas, como dor no peito, dificuldade para engolir, vômitos, perda de apetite e tosse.

A doença pode ser diagnosticada por meio da endoscopia digestiva alta e pelo exame de pHmetria.

Já o tratamento inclui mudança no estilo de vida e medicamentos, como os antiácidos. Em algumas situações mais graves, é possível recorrer à cirurgia.

Esôfago de Barrett é uma complicação do refluxo gastroesofágico

A frequente movimentação do conteúdo estomacal na região do esôfago durante o refluxo gastroesofágico pode fazer com que surja uma condição chamada de esôfago de Barrett. Isso ocorre quando o tecido prejudicado da região sofre alterações, fazendo com que surja um revestimento que é parecido com a estrutura do intestino delgado.

Essa situação é extremamente preocupante, pois o esôfago de Barrett é considerado uma condição pré-cancerígena, ou seja, seu surgimento aumenta significativamente as chances de que o paciente desenvolva um câncer nessa área do corpo.

A doença pode não apresentar nenhum sintoma específico, mas a presença dos sinais clássicos de refluxo faz com que seja necessária uma investigação. A enfermidade pode evoluir em três níveis:

  • No primeiro estágio, o esôfago de Barrett pode ser notado, contudo, não há sinais claros que indicam para o surgimento de um câncer.
  • No segundo estágio, é possível identificar alterações pré-cancerosas.
  • No estágio final, há muitos indícios de modificações pré-cancerosas, o que seria a última etapa antes do tumor maligno surgir.

A doença pode ser tratada por meio da ablação por radiofrequência. Esse método tem se mostrado eficiente na eliminação do esôfago de Barrett e na redução de câncer na região.

Úlceras podem surgir em casos de refluxo gastroesofágico não tratado

As úlceras esofágicas são outra complicação recorrente do refluxo gastroesofágico não tratado. Nessa condição, desenvolvem-se feridas na parede esofágica, que podem causar dor no peito e ao engolir. Essa dor costuma aparecer atrás do esterno ou abaixo dele.

A presença de úlceras pode ser identificada por meio da endoscopia digestiva alta.

Por sua vez, o tratamento inclui alterações alimentares e o uso de medicamentos.

Estreitamento do esôfago

O estreitamento do esôfago, também denominado estenose, ocorre quando há uma redução do espaço por onde passam os alimentos. Isso provoca uma dificuldade progressiva na deglutição, que se inicia com alimentos mais sólidos e evolui até o momento em que o paciente possui problemas para engolir a saliva.

É comum que a pessoa sinta dores na região e, à medida que o distúrbio progride, surgem crises de tosse e algumas partículas de alimentos podem alcançar o pulmão, causando pneumonia.

O diagnóstico é feito pela endoscopia digestiva alta, mas é preciso solicitar um estudo radiológico com contraste, para verificar a extensão do problema.

O tratamento está diretamente ligado às causas. Então, quando falamos do estreitamento do esôfago provocado pelo refluxo, é primordial adotar novos hábitos e administrar os medicamentos a partir de prescrição médica.

Câncer de esôfago pode ser uma das consequências graves do refluxo gastroesofágico

Por fim, o refluxo gastroesofágico não tratado pode evoluir para um câncer de esôfago. A doença é caracterizada pelo surgimento de células malignas na região. Elas podem ser de dois tipos:

  • Carcinoma de células escamosas: surge nas células planas e finas que cobrem o órgão.
  • Adenocarcinoma: apresenta-se nas células glandulares que recobrem o esôfago.

Os pacientes costumam apresentar tosse, dificuldade para engolir, rouquidão, perda de peso não intencional e dor no peito.

Assim como em outras doenças na região, a endoscopia digestiva alta é crucial para o diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento. As abordagens mais comuns incluem cirurgia robótica ou por videolaparoscopia, quimioterapia e radioterapia.

Esses exemplos nos mostram de maneira clara, porque é preciso ficar atento ao refluxo gastroesofágico e buscar atendimento com um gastrocirurgião ou cirurgião do aparelho digestivo o mais rápido possível. Pois os tratamentos atuais controlam os sintomas e evitam o surgimento de qualquer complicação.

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