Cirurgia de vesícula: saiba tudo sobre a colecistectomia.

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Médicos realizando uma cirurgia - site Dr. Luiz Gustavo Oliveira, cirurgião geral e bariátrico Rio de Janeiro

A cirurgia de vesícula ou colecistectomia é um procedimento que envolve a remoção da vesícula biliar, um órgão em forma de saco localizado próximo ao fígado. A vesícula biliar tem a função de armazenar bile, uma secreção produzida pelo fígado que desempenha um papel crucial na digestão de gorduras e vitaminas no intestino. 

Embora pareça um sistema perfeitamente equilibrado, às vezes, acontecem condições patológicas que afetam o funcionamento normal da vesícula biliar, exigindo, assim, a realização da colecistectomia.

Se você deseja entender melhor como esse procedimento funciona e quais cuidados são necessários durante o processo de recuperação, continue lendo este artigo.

Médicos executando uma cirurgia de vesícula - site Dr. Luiz Gustavo Oliveira, cirurgião geral e bariátrico Rio de Janeiro

O que é a cirurgia de vesícula biliar

A cirurgia de remoção de vesícula ocorre por indicação feita pelo cirurgião de aparelho digestivo ou gastrocirurgião, especialmente para pacientes que apresentam cálculos ou tumores na vesícula. 

Além disso, essa intervenção cirúrgica é realizada para a retirada de lesões conhecidas como pólipos e no tratamento de colecistite, correspondente à inflamação da vesícula biliar.

Quando a colecistectomia é indicada

A colecistectomia é um tratamento cirúrgico executado quando existem indicações específicas relacionadas à saúde do paciente.

Acompanhe agora quais são as principais indicações para a colecistectomia:

Cálculos biliares frequentes são a causa mais comum para a cirurgia de vesícula

Uma das principais razões para a realização da cirurgia de vesícula é a presença de cólicas biliares recorrentes. Quando uma pessoa apresenta cálculos biliares que causam sintomas graves e frequentes, a remoção da vesícula biliar pode ser recomendada.

Esses cálculos podem obstruir os ductos biliares, resultando em dor intensa no abdômen superior direito, náuseas e vômitos. A remoção da vesícula biliar descarta a fonte do problema, impedindo a ocorrência de futuras crises dolorosas.

Inflamação da vesícula

A inflamação da vesícula biliar, também denominada colecistite aguda, é outra condição usual que indica a necessidade da cirurgia. Quando a vesícula biliar fica inflamada devido à presença de cálculos biliares ou infecções bacterianas, é comum ocorrer dor abdominal intensa e febre. 

Nessas situações, a colecistectomia é aconselhada para tratar a inflamação e aliviar os sintomas do paciente. Essa intervenção visa evitar sérias complicações, como perfuração e infecção generalizada.

Doença da vesícula biliar não calculosa

Além dos cálculos biliares, existem outras condições que podem causar problemas na vesícula biliar. Um exemplo é a doença da vesícula biliar não calculosa, também conhecida como discinesia biliar. 

Nessa condição, a vesícula não consegue se esvaziar corretamente devido a uma disfunção motora, o que pode resultar em sintomas semelhantes aos causados pelos cálculos biliares, como dor abdominal e náuseas.

Em casos de discinesia biliar, a cirurgia de remoção de vesícula biliar pode ser recomendada como opção de tratamento. Essa cirurgia visa aliviar os sintomas e melhorar a função motora da vesícula. A remoção do órgão afetado permite que a função biliar seja restaurada, proporcionando alívio aos pacientes afetados por essa condição.

Chances elevadas de câncer de vesícula biliar

O risco de desenvolver câncer de vesícula biliar pode ser maior em certas situações, como em casos de histórico familiar da doença, presença de pólipos ou inflamação constante no órgão. 

Para casos em que esses fatores de risco estão presentes, a remoção preventiva da vesícula biliar por meio de cirurgia pode ser uma alternativa a ser considerada.

Complicações ligadas ao diabetes tipo 2 podem levar à cirurgia de vesícula

Pacientes que têm diabetes tipo 2 possuem uma maior predisposição ao desenvolvimento de cálculos biliares e outras complicações relacionadas à saúde do órgão, podendo levá-los à cirurgia da vesícula. 

Em situações em que os cálculos biliares estão gerando sintomas intensos e persistentes em pessoas com diabetes, pode ser recomendada a retirada da vesícula biliar.

Tumor maligno na vesícula

Além das situações mencionadas anteriormente, há outras circunstâncias em que a colecistectomia pode ser necessária. Um exemplo disso é quando há suspeita ou diagnóstico prévio de câncer no trato biliar, sendo que a remoção cirúrgica da vesícula pode ser realizada como parte do tratamento.

Como é feita a cirurgia de vesícula

Durante o procedimento de colecistectomia, popularmente chamada de cirurgia da vesícula, é indispensável que o paciente seja submetido à anestesia geral, proporcionando um completo estado de tranquilidade e conforto. 

Após a cirurgia, é comum que os pacientes sem complicações permaneçam hospitalizados por um período médio de 24h, conforme a orientação do cirurgião do aparelho digestivo ou gastrocirurgião. No entanto, em casos mais complexos, é possível que seja necessária uma recuperação prolongada, visando garantir a restituição plena de sua saúde e bem-estar. 

Adiante, confira quais são os tipos de intervenção para a retirada da vesícula.

Colecistectomia aberta

A colecistectomia aberta é uma técnica mais antiga e invasiva, que envolve a abertura do abdômen do paciente por meio de um corte logo abaixo das costelas, permitindo, desse modo, a remoção da vesícula biliar. 

Embora seja um procedimento mais demorado, durando em torno de 1 hora, essa abordagem empregada pelo gastrocirurgião viabiliza um acesso direto e completo ao órgão, com o intuito de realizar a remoção necessária.

Cirurgia de vesícula por videolaparoscopia

A cirurgia de vesícula por videolaparoscopia é uma técnica mais atual e minimamente invasiva, na qual são realizadas duas pequenas incisões no abdômen do paciente, objetivando a inserção de ferramentas cirúrgicas com câmera de vídeo. Esse procedimento tem uma duração média de 40 minutos a 1 hora e é a abordagem mais comumente utilizada devido às suas vantagens e à recuperação mais favorável proporcionada ao paciente.

Em casos raros, durante a colecistectomia, pode ser necessário realizar uma radiografia especial conhecida como colangiografia. A colangiografia tem como objetivo identificar a posição relativa de diferentes estruturas ao redor da vesícula biliar, verificar a presença de cálculos nas vias biliares e detectar possíveis anomalias anatômicas. Essa técnica complementar é aplicada, a fim de garantir uma intervenção cirúrgica precisa e segura.

Colecistectomia robótica

A laparoscopia é uma técnica amplamente recomendada para a remoção da vesícula biliar em virtude da sua menor invasividade em comparação com a técnica aberta. Todavia, com o contínuo avanço tecnológico, agora também está disponível a colecistectomia robótica.

Nessa abordagem, o cirurgião do aparelho digestivo não manipula diretamente os instrumentos cirúrgicos. Em vez disso, ele opera um equipamento robótico por meio de uma mesa de controle. O robô realiza a operação sob o comando e a supervisão do cirurgião. 

Essa tecnologia avançada proporciona ao gastrocirurgião maior precisão nos seus movimentos, eliminando tremores, excesso de pressão e outros fatores que podem estar presentes em cirurgias executadas diretamente pelas mãos do profissional.

Colecistectomia radical

Em determinados casos, para evitar a reincidência do câncer de vesícula biliar, pode ser preciso realizar uma cirurgia mais abrangente, conhecida como colecistectomia radical, que é amplamente aplicada no tratamento da doença.

A extensão dessa cirurgia é determinada pela localização e disseminação do tumor. Na colecistectomia radical, são removidos, no mínimo, a vesícula biliar, parte do fígado e todos os linfonodos próximos. 

Além disso, dependendo da avaliação do cirurgião do aparelho digestivo e da condição geral de saúde do paciente, podem ser removidos um ou mais dos seguintes órgãos:

– Um lobo inteiro do fígado.

– Ducto biliar comum.

– Parte do ligamento, ou toda a ligação, entre o fígado e os intestinos.

– Linfonodos próximos ao pâncreas e aos vasos sanguíneos que nutrem a maior parte do intestino delgado e pâncreas.

– Pâncreas.

– Duodeno.

– Outras áreas de órgãos onde a doença se propagou. 

Orientações do médico para cirurgia de vesícula -  site Dr. Luiz Gustavo Oliveira, cirurgião geral e bariátrico Rio de Janeiro

Como se preparar para a cirurgia de vesícula

A preparação para a cirurgia de vesícula inicia-se com uma consulta ao cirurgião geral ou do aparelho digestivo, que solicitará os exames pré-operatórios. Em seguida, serão requisitados exames específicos, com o objetivo de identificar possíveis complicações causadas pelos cálculos na vesícula. Com base nos resultados e no diagnóstico, será determinado se há necessidade de outros procedimentos para tratar a doença ou se apenas a cirurgia é suficiente. Além disso, é importante passar por uma avaliação cardiológica, visando realizar o chamado “risco cirúrgico” e garantir que não existam contraindicações para a intervenção.

Durante o período pré-operatório, é essencial seguir um jejum de 8 horas, embora em situações de maior urgência, o período possa ser reduzido para 6 ou até mesmo 2 horas. 

Quanto à anestesia, a escolha pode ser entre geral, raquianestesia ou peridural, dependendo das características clínicas de cada paciente.

Tudo o que você precisa saber sobre o pós-operatório de colecistectomia

Para garantir uma recuperação tranquila e evitar complicações após a colecistectomia, é essencial seguir cuidados específicos durante o período pós-operatório. Adotar essas medidas é fundamental para promover uma cicatrização adequada.

Veja a seguir alguns cuidados essenciais no pós-operatório dessa cirurgia, que são recomendados pelo gastrocirurgião:

Respeitar o tempo de repouso adequado

Nos primeiros dias após a cirurgia, é crucial que o paciente priorize o descanso e evite esforços físicos excessivos. Dessa maneira, aproveitar um período de repouso adequado possibilita uma recuperação bastante eficiente do organismo, contribuindo para um restabelecimento mais rápido.

Ter uma alimentação saudável e equilibrada após a cirurgia de vesícula

Depois da cirurgia de vesícula, é essencial adotar uma alimentação equilibrada e de acordo com as orientações médicas.

Normalmente, os pacientes são instruídos a evitar alimentos ricos em gordura e optar por refeições leves, consumidas com frequência ao longo do dia. 

Manter-se hidratado também é fundamental, sendo recomendado o consumo de água em quantidade ideal.

Tomar os medicamentos prescritos

É primordial utilizar os medicamentos prescritos corretamente após a cirurgia, seguindo as instruções do gastrocirurgião responsável. Esses medicamentos são prescritos para aliviar a dor, prevenir infecções ou tratar outras condições específicas.

É importante respeitar as doses recomendadas e os horários estabelecidos, garantindo, assim, a eficácia do tratamento e minimizando os riscos de complicações.

Manter os curativos limpos e secos

Após a cirurgia, é necessário cuidar dos pequenos curativos feitos na região operada, para um breve recuperação. Então, manter esses curativos limpos e secos é fundamental para prevenir infecções. 

Caso haja qualquer alteração nos curativos ou sinais de infecção, é imprescindível entrar em contato com o cirurgião do aparelho digestivo responsável, para receber as devidas orientações.

Homem com dores abdominais - site Dr. Luiz Gustavo Oliveira, cirurgião geral e bariátrico Rio de Janeiro

Evitar esforços físicos intensos depois da cirurgia de vesícula

Durante o período de recuperação após a cirurgia de vesícula, é importante evitar esforços físicos intensos que possam prejudicar a cicatrização e causar desconforto. 

Portanto, levantar objetos pesados e envolver-se em atividades físicas vigorosas devem ser evitados durante as primeiras semanas após a cirurgia. Isso porque é essencial permitir que o corpo se recupere adequadamente antes de retomar essas atividades.

Retomar as atividades físicas com cautela

À medida que o paciente se sentir confortável, ele poderá retomar gradualmente suas atividades diárias normais. No entanto, é crucial ser cauteloso e não exceder os limites permitidos pela tempo de recuperação previsto.

Portanto, recomenda-se consultar o médico antes de retomar exercícios físicos ou outras atividades mais exigentes, a fim de garantir que o processo de recuperação esteja progredindo conforme o esperado.

Ter acompanhamento médico regular

É preciso fazer acompanhamento médico regular após a colecistectomia, para avaliar a evolução da recuperação e garantir que tudo esteja transcorrendo conforme o planejado. 

Ademais, o cirurgião do aparelho digestivo pode solicitar exames de acompanhamento e realizar ajustes na medicação, se necessário.

Prestar atenção aos sinais de alerta

Durante a fase pós-operatória, é importante estar atento a sinais de alerta, como febre persistente, aumento da dor abdominal, sangramento excessivo ou qualquer outro sintoma preocupante. 

Em caso de qualquer um desses sinais, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente.

5 benefícios da cirurgia de vesícula que você deve conhecer

A cirurgia de remoção de vesícula biliar oferece inúmeros benefícios e resultados positivos. Confira algumas vantagens desse procedimento:

1. Alívio dos sintomas associados à vesícula biliar, como dor abdominal, indigestão, náuseas e vômitos.

2. Melhora na qualidade de vida, com o aumento da energia e habilidade para realizar atividades diárias sem limitações.

3. Prevenção de complicações futuras, como inflamação grave do pâncreas (pancreatite) e infecção da vesícula biliar (colecistite).

4. Adaptação do corpo à ausência da vesícula biliar, com a bile sendo direcionada diretamente ao intestino delgado, para auxiliar na digestão de gorduras.

5. Baixo risco de complicações durante a cirurgia, por exemplo, infecção, sangramento ou lesão acidental de estruturas próximas.

Esses benefícios tornam a colecistectomia um procedimento seguro e eficaz destinado ao tratamento dos problemas relacionados à vesícula biliar.

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