Cirurgia de hérnia de hiato: quando é indicada?

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Sala de cirurgia - site Dr. Luiz Gustavo Oliveira cirurgião geral

Para compreender como ocorre a cirurgia de hérnia de hiato, é fundamental conhecer o funcionamento do corpo humano. O diafragma, um músculo que separa o tórax do abdômen, possui uma abertura natural chamada hiato esofágico, pela qual o esôfago passa para conectar a boca ao estômago. Quando esse hiato se torna maior ou dilatado, partes do estômago podem penetrar através desse orifício, resultando na condição conhecida como hérnia de hiato.

Esse tipo de intervenção cirúrgica geralmente é indicada pelo gastrocirurgião ou outro especialista em casos de hérnias grandes ou quando o tratamento clínico do refluxo gastroesofágico falha. 

No entanto, com os avanços da medicina, essa intervenção tornou-se razoavelmente simples. Isso porque, atualmente, existem técnicas minimamente invasivas que permitem uma recuperação rápida.

Ao longo deste artigo, você descobrirá tudo sobre o tratamento da doença e o seu pós-operatório. Prossiga com a leitura e confira!

Antes da cirurgia de hérnia de hiato, saiba o que é e como se forma a condição

Antes de se submeter a uma cirurgia de hérnia de hiato, é importante saber o que é e como se forma o problema. A hérnia de hiato esofágico é uma condição que pode provocar intensas dores no corpo do paciente, especialmente na região do peito. Devido a essas dores agudas, alguns casos podem ser confundidos com condições cardíacas, como o infarto do miocárdio.

No corpo humano, há um grande músculo situado na parte inferior dos pulmões, conhecido como diafragma, cuja função é separar o tórax do abdômen. Para que os alimentos possam ser transportados da boca até o estômago, o esôfago precisa atravessar o diafragma por meio de uma abertura chamada hiato esofágico.

Assim, durante a alimentação, o hiato esofágico abre-se para permitir a passagem dos alimentos ao estômago e, depois, fecha-se para evitar o refluxo destes de volta pelo esôfago.

Quando, por alguma razão, o hiato se enfraquece e permite que partes do estômago ultrapassem essa abertura, o paciente pode ser diagnosticado com hérnia de hiato. Nessa situação, além do esôfago, conteúdos do estômago também ficam acima do diafragma, gerando diversos sintomas.

Adicionalmente, a hérnia de hiato pode ser causada pelo deslocamento do esôfago, que acontece quando ele se posiciona de maneira anormal através do diafragma.

Homem com sintomas para fazer a cirurgia de hérnia de hiato - site Dr. Luiz Gustavo Oliveira cirurgião geral

Quais são as possíveis causas?

As causas da hérnia de hiato ainda não são completamente compreendidas. Entretanto, sabe-se que a condição é mais comum em pacientes com sobrepeso ou obesidade, idosos e mulheres que já tiveram gestações.

Além desses fatores, outros elementos podem contribuir para o desenvolvimento de uma hérnia de hiato. Entre eles, estão:

  • Levantamento de peso;
  • Tosse;
  • Espirro;
  • Esforço durante movimentos intestinais;
  • Vômito;
  • Estresse;
  • Tabagismo;
  • Procedimentos cirúrgicos gastroesofágicos prévios;
  • Histórico de hérnias.

Portanto, a combinação desses fatores pode aumentar a pressão abdominal, facilitando o deslocamento do estômago através do hiato esofágico.

Quais são os sintomas?

Em alguns casos, a hérnia de hiato não apresenta sintomas, e o seu diagnóstico é feito apenas durante exames executados por outros motivos.

No entanto, os sintomas mais recorrentes desse problema de saúde podem incluir:

  • Arrotos frequentes ou eructação;
  • Sensação de azia e queimação no peito;
  • Dores no peito ou na região do estômago;
  • Náusea;
  • Sensação de digestão lenta;
  • Dificuldade para engolir;
  • Sintomas de refluxo gástrico, como tosse, rouquidão, dor de garganta e mau hálito.

Tipos de hérnia de hiato

Esse tipo de hérnia pode ser classificado da seguinte maneira:

1. Hérnia de deslizamento: é o tipo mais comum, representando aproximadamente 95% dos casos. Nessa forma, a junção esofagogástrica se desloca em direção ao tórax, desencadeando os sintomas típicos da condição.

2. Hérnia paraesofágica: nesse caso,a junção esofagogástrica permanece em sua posição normal, mas a região superior do estômago sofre protrusão para cima, ao lado do esôfago. Esse tipo é menos comum, mas pode ser mais grave em virtude das chances de complicações.

3. Hérnia combinada: alguns casos apresentam características de ambas as hérnias de deslizamento e paraesofágica, incluindo elementos de deslocamento e protrusão.

Além dos tipos mencionados, há outras formas mais raras de hérnia de hiato que podem incluir estruturas variadas, como o cólon ou o epíplon, no seu interior.

Diagnóstico

O diagnóstico que pode levar ou não à cirurgia de hérnia de hiato é geralmente realizado a partir de uma endoscopia ou exame de raio-X. 

Porém, se houver sintomas persistentes e o resultado da endoscopia não for conclusivo, podem ser solicitados exames adicionais, como a manometria esofágica e a pHmetria, para uma avaliação mais detalhada e precisa.

Afinal, quando operar e como é feita a cirurgia de hérnia de hiato?

A cirurgia de hérnia de hiato pode ser indicada para pessoas com:

  • Diagnóstico confirmado de refluxo gastroesofágico;
  • Sintomas de refluxo intensos e frequentes;
  • Falta de resposta aos medicamentos destinados ao tratamento do refluxo;
  • Dependência constante de remédios que visam ao controle dos sintomas;
  • Refluxo grave que compromete a qualidade de vida;
  • Estrangulamento da hérnia.

Quando a hérnia de hiato provoca sintomas de refluxo gastroesofágico, o tratamento inicial é geralmente medicamentoso, visando reduzir a quantidade de ácido produzido pelo estômago. Se a hérnia é pequena e não causa sintomas, a cirurgia normalmente não é necessária.

Desse modo, uma dieta com alimentos menos gordurosos e refeições leves, além da adoção de outros hábitos, como dormir com travesseiros altos e não ingerir bebidas durante as refeições, pode ajudar no controle dos sintomas. Ademais, a perda de peso pode ser uma das orientações do cirurgião do aparelho digestivo ou de outro médico.

Por outro lado, se a hérnia é de tamanho significativo, compromete outros órgãos e afeta a qualidade de vida, ou se os sintomas persistem apesar do uso correto e prolongado de medicações, o procedimento cirúrgico pode ser recomendado.

Portanto, existem várias técnicas cirúrgicas para corrigir a hérnia de hiato, e a escolha do método mais adequado deve ser feita pelo gastrocirurgião em conjunto com o paciente. Geralmente, o procedimento é realizado por videolaparoscopia ou com o auxílio de uma plataforma robótica, com o objetivo de reposicionar o estômago e o esôfago, corrigindo o problema no diafragma.

Quais os riscos de uma cirurgia de hérnia de hiato?

A cirurgia de hérnia de hiato é um procedimento relativamente seguro, mas, como qualquer intervenção cirúrgica, envolve certos riscos. Por isso, é crucial estar bem informado sobre eles antes de decidir pela cirurgia.

Riscos gerais

Há alguns riscos comuns a qualquer procedimento cirúrgico. São eles:

  • Complicações da anestesia, como reações alérgicas ou problemas respiratórios;
  • Infecções no local da incisão;
  • Sangramento excessivo durante ou após a cirurgia;
  • Formação de coágulos sanguíneos.

Riscos específicos

Além dos riscos gerais, a intervenção cirúrgica em questão apresenta possíveis complicações específicas. Entre as principais consequências negativas que podem ocorrer, destacam-se:

  • Lesão do esôfago, estômago ou outros órgãos próximos no decorrer da cirurgia;
  • Persistência do refluxo gastroesofágico após a cirurgia;
  • Dificuldade para engolir;
  • Náusea e vômito;
  • Dor abdominal e desconforto.

Apesar de esses riscos serem relativamente raros, é essencial lembrar que a maioria das pessoas que passam pelo procedimento não enfrenta problemas significativos.

Contudo, é importantíssimo discutir esses riscos detalhadamente com seu médico antes de tomar a decisão de se submeter à cirurgia.

Quanto tempo demora a recuperação da cirurgia de hérnia de hiato?

Em média, o tempo necessário para a recuperação após a cirurgia de hérnia de hiato é de aproximadamente uma a duas semanas.

A retomada das relações sexuais geralmente é permitida após cerca de 14 dias, mas outras atividades cotidianas, como dirigir, voltar ao trabalho e aos estudos, podem ser retomadas dentro daquele mesmo período, entre uma e duas semanas.

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