O cirurgião do aparelho digestivo, denominado gastrocirurgião, é o profissional responsável por realizar cirurgias e exames relacionados ao sistema digestivo. Normalmente, ele participa do tratamento do paciente somente no momento da operação, seja ela indicada por ele ou encaminhada por outro médico.
Como o cirurgião do aparelho digestivo realiza os procedimentos?
O cirurgião do aparelho digestivo executa os procedimentos cirúrgicos, quando o paciente necessita de intervenções para tratar o seu sistema digestivo, ou seja, os órgãos que fazem a digestão dos alimentos, a absorção dos nutrientes necessários para sobreviver e a eliminação daquilo que já não tem mais utilidade para o seu organismo.
O aparelho digestivo estende-se da boca até o ânus e engloba órgãos como estômago, intestinos grosso e delgado, duodeno, fígado e faringe. Como essa é uma região bastante delicada, que abrange todo o abdômen do corpo humano, na maioria das vezes, as cirurgias do aparelho digestivo são feitas por meio de máquinas e equipamentos.
Um desses equipamentos é o laparoscópio, empregado em cirurgias conhecidas como videolaparoscopias. Ele é composto por um tubo que possui em sua ponta uma câmera e uma pinça ou algum outro recurso cirúrgico, permitindo que o gastrocirurgião desenvolva intervenções e tratamentos de forma menos invasiva.
Algumas das cirurgias mais usuais do sistema digestivo do corpo humano são as que tratam de condições como apendicites, gastrite, úlcera, hérnias, colites e diverticulite.
Determinados problemas do aparelho digestivo são solucionados por meio da cirurgia robótica. Nesse tipo de intervenção, o cirurgião opera um robô que o ajuda a ter mais precisão no movimento, evitando, por exemplo, possíveis tremores. Essas cirurgias são muito efetivas na hora de tratar áreas de difícil acesso, como o esôfago, que também integra o sistema digestivo. Elas representam um enorme avanço no campo das operações minimamente invasivas.
Principais intervenções feitas pelo gastrocirurgião
A seguir, estão os principais procedimentos que podem ser executados pelo cirurgião do aparelho digestivo.
Apendicectomia
Quando o apêndice inflama ou infecciona, é preciso realizar uma cirurgia de remoção, que é chamada de apendicectomia. Corresponde a um dos procedimentos mais comuns da especialidade.
Cirurgia oncológica
A cirurgia oncológica é viabilizada para retirar tumores cancerígenos, em especial, malignos, do sistema digestivo. Essa intervenção envolve também transplantes e remoção de órgãos. Trata-se de um dos tipos de cirurgias do aparelho digestivo mais complexos e demorados.
Cirurgia bariátrica, uma das campeãs de procura no consultório do cirurgião do aparelho digestivo
A cirurgia bariátrica, também chamada de gastroplastia, é um procedimento para reduzir o estômago, considerado um dos mais procurados no consultório do cirurgião plástico digestivo. É indicada para pacientes que apresentam os seguintes requisitos: IMC (Índice de Massa Corporal) entre 35 Kg/m² e 40 Kg/m² com comorbidades associadas à obesidade, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, doença do refluxo gastroesofágico, osteoartrose de joelhos, de tornozelos e/ou de quadril, hérnias de disco, apneia do sono e depressão; ou IMC acima de 40 Kg/m², ou seja, com classificação de obesidade mórbida.
Essa técnica pode ser feita de várias maneiras, como com corte e remoção de parte do estômago, ou então com a inserção de anéis que evitam que o órgão se expanda.
O procedimento costuma ser bastante seguro, mas é imprescindível seguir os cuidados pós-cirúrgicos recomendados pelo gastrocirurgião, para evitar complicações e efeitos colaterais, bem como obter resultados mais eficazes, tanto em termos de perda de peso como de controle de doenças relacionadas.
Atualmente, os métodos de cirurgia bariátrica em alta são:
• Sleeve: também conhecida como gastrectomia vertical ou gastrectomia em manga, essa técnica consiste na remoção da parte esquerda do estômago, fazendo com que ocorra uma diminuição da sua capacidade de armazenar comida.
• Bypass Gástrico: o estômago é reduzido com cortes ou grampos e é feita uma alteração no intestino, visando reconectá-lo à parte daquele órgão que irá permanecer funcional.
Cirurgia metabólica
A cirurgia metabólica costuma ser realizada em pacientes que não obtiveram êxito no combate a doenças associadas à obesidade, como o diabetes tipo 2, sendo, portanto, um procedimento mais voltado para o controle da progressão das doenças, quando remédios, dieta e exercícios não funcionam. Dessa forma, quem tem IMC entre 30 e 35 pode ser submetido à cirurgia metabólica, desde que seja comprovada a existência de comorbidades advindas da obesidade.
Esse procedimento – equiparado à bariátrica, mas com foco na remissão de doenças graves – tem a finalidade de evitar até mesmo que o paciente precise administrar medicação preventiva após a sua realização.
Cirurgia do refluxo gastroesofágico, uma das especialidades do cirurgião do aparelho digestivo
Essa cirurgia é indicada pelo cirurgião do aparelho digestivo, quando os pacientes que não obtêm sucesso com o tratamento do refluxo gastroesofágico com o uso de medicação, dieta específica e a mudança de hábitos.
O objetivo dessa técnica, que possui alta demanda, é reverter condições de defeito anatômico, lesões ou retirar tumores.
Cirurgia laparoscópica
Esse é um procedimento minimamente invasivo, que possibilita que o gastrocirurgião enxergue melhor o interior da cavidade abdominal. Várias incisões pequenas são feitas no paciente e um instrumento com uma câmera microscópica é inserido. Dessa maneira, o profissional pode realizar o procedimento com pinças e o auxílio de um robô.
Cirurgia de hérnia abdominal
Trata-se de uma intervenção que visa restituir a estrutura anatômica abdominal. É indicada para problemas de hérnias abdominais que surgem por motivos congênitos ou se desenvolvem a partir das camadas da parede do abdômen.
Cirurgia de vesícula biliar
Nessa cirurgia, ocorre a remoção completa da vesícula biliar. Equivale a uma intervenção de baixa complexidade, sendo recomendada para pacientes com vesícula inflamada, pedras na vesícula ou câncer na região.
Hemorroidectomia
Corresponde à cirurgia de hemorroidas, que acontece quando a inflamação não é tratada satisfatoriamente por indicações clínicas, sendo que os casos atendidos podem ser de alta ou baixa complexidade.
Importância de escolher um bom cirurgião do aparelho digestivo
Selecionar um cirurgião do aparelho digestivo experiente e qualificado, que acompanhe e passe segurança para o paciente e apresente as orientações do pré e do pós-cirúrgico, é algo com que todo paciente deve se preocupar. A boa escolha do especialista refletirá no alcance de melhores resultados com a intervenção.
Entre as características e habilidades esperadas desse profissional, estão:
– Apresentar sólido conhecimento de anatomia humana;
– Possuir certificados oficiais atestando a sua competência;
– Apresentar domínio da fisiopatologia gastroenterológica;
– Atuar em parceria com outros profissionais da saúde;
– Mostrar-se disposto a esclarecer todas as dúvidas e repassar as recomendações do pré-operatório e do pós-cirúrgico;
– Estar disponível, caso o paciente necessite de ajuda.
Além das habilidades acima, é interessante que o paciente busque depoimentos de outros pacientes, para saber se eles estão satisfeitos com o cirurgião e a intervenção realizada por ele.
Mitos e verdades sobre os procedimentos que envolvem o cirurgião do aparelho digestivo
Embora as intervenções que envolvem o cirurgião do aparelho digestivo visem restaurar a função natural do sistema em questão, há uma série de equívocos acerca do tema que devem ser esclarecidos.
Inicialmente, vale destacar que o sistema digestivo é responsável por receber e processar os alimentos, transformando-os em energia vital para as variadas fases do desenvolvimento humano, como crescimento, reprodução e funções cerebrais. Por isso, essa complexa rede de órgãos, incluindo os da deglutição, estômago, fígado, pâncreas e intestino, deve operar harmoniosamente para garantir uma digestão eficaz e tranquila.
No entanto, diversos transtornos, como úlceras gástricas, inflamação da vesícula biliar, diverticulite e tumores digestivos, podem interromper esse processo natural. Em tais casos, uma intervenção cirúrgica pode ser necessária para restaurar a saúde digestiva.
Dessa forma, contrariamente aos mitos que englobam essas cirurgias, elas devem ser realizadas por profissionais qualificados, como o gastrocirurgião, a fim de proporcionarem alívio e melhorias na qualidade de vida dos pacientes afetados por doenças digestivas debilitantes.
A seguir, confira os principais mitos e verdades a respeito do assunto.
1. É possível desenvolver câncer a partir de uma cirurgia do aparelho digestivo?
Esse é um dos mitos acerca desse tipo de procedimento que mais causam dúvidas. As causas disso são as impressões deixadas por alguns relatos de erros médicos ou mesmo pela forma quase artesanal de se realizar as cirurgias no passado. No entanto, é importante reforçar que nunca houve esse risco real associado à cirurgia do aparelho digestivo.
Na verdade, graças aos avanços da medicina, atualmente, as cirurgias digestivas são bem menos invasivas e dolorosas. Além disso, a recuperação é cada vez mais rápida, proporcionando aos pacientes uma experiência muito mais confortável e segura.
2. As intervenções que são realizadas por um cirurgião do aparelho digestivo de confiança têm seus riscos minimizados?
Verdade, é sempre recomendado que qualquer tipo de procedimento cirúrgico seja executado por profissionais gabaritados e de confiança, como o cirurgião do aparelho digestivo ou gastrocirurgião, visando minimizar seus riscos. Como toda cirurgia está sujeita a algum tipo de risco, essa é a melhor forma de se prevenir contra algumas eventualidades.
Sobretudo, é importante ressaltar que tais chances de complicações são praticamente reduzidas a zero quando todos os protocolos necessários são seguidos rigorosamente.
Portanto, realizar as cirurgias com profissionais reconhecidos que se certifiquem do controle pré-operatório das doenças que o paciente possa apresentar, como desnutrição, diabetes e pressão alta, são medidas essenciais.
Ademais, observar o correto pós-operatório e outros cuidados contribuem significativamente para diminuir os riscos associados ao procedimento.
3. Quem passou por uma cirurgia do aparelho digestivo não volta a comer como antes?
Não necessariamente. Apenas em cirurgias mais graves relacionadas ao esôfago ou ao estômago há a necessidade de uma alimentação por sonda (enteral) ou por estomia. Na maioria dos casos, a reintrodução da alimentação deve seguir a recomendação médica.
Desse modo, começa-se por um cardápio à base de líquidos e caldos, progredindo gradualmente até que a alimentação possa ser normalizada. Na grande parte das vezes, o paciente já retorna ao seu lar com uma dieta normal.
Assim, mesmo que haja alterações temporárias na dieta, é possível retomar hábitos alimentares normais após o período de recuperação, desde que as orientações médicas sejam respeitadas com rigor.
4. Todo procedimento que envolve a atuação de um cirurgião do aparelho digestivo é doloroso?
Não necessariamente. Hoje em dia, todo cirurgião do aparelho digestivo atualizado oferece alternativas de tratamentos mais modernas e, consequentemente, menos dolorosas e mais eficientes. Graças aos avanços da medicina nesse segmento, existem técnicas menos invasivas, como a videolaparoscopia e a robótica.
Na laparoscopia, por exemplo, instrumentos cirúrgicos, como pinças, grampeadores e tesouras, são introduzidos por meio de pequenos furos, geralmente, entre quatro e seis, quase imperceptíveis. Essa abordagem minimamente invasiva tende a resultar em menos dor e desconforto pós-operatório em comparação a outros métodos considerados mais tradicionais.
Por sua vez, a cirurgia robótica representa uma modalidade com maior tecnologia, que culmina em várias vantagens, tanto para o paciente quanto para o gastrocirurgião responsável. Isso porque ela é realizada por meio de pequenos orifícios, nos quais são inseridas a câmera e as pinças, o que permite uma melhor visualização do órgão em questão, além de maior precisão cirúrgica.
Também é fundamental lembrar que, nessa última técnica, os movimentos são manipulados por braços robóticos sob o controle do cirurgião do aparelho digestivo, que utiliza um console e seus respectivos joysticks.
5. Existe cirurgia do aparelho digestivo indicada para emagrecer?
Verdade. A cirurgia do aparelho digestivo indicada para o controle do peso corporal é chamada de bariátrica. Entre as mais modernas está a gastroplastia vertical, também conhecida como sleeve, que consiste em reduzir o tamanho total do estômago sem alterações do intestino. Seu objetivo é limitar o espaço para os alimentos, levando a uma sensação de saciedade e alterando processos ligados à absorção dos nutrientes pelo intestino.
O método bypass gástrico também está entre os mais procurados pelos pacientes que desejam emagrecer, especialmente por questão de saúde. Esse tratamento auxilia na redução da quantidade de alimentos que o indivíduo pode ingerir. Nesse contexto, o cirurgião do aparelho digestivo cria uma pequena bolsa na parte superior do estômago, que é conectada diretamente ao intestino delgado.
Ambas as técnicas não somente ajudam o indivíduo a perder peso, mas também podem ser eficazes no controle de doenças relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2 e hipertensão.
6. O cirurgião do aparelho digestivo nem sempre opta pelo tratamento cirúrgico?
Sim, existem alternativas que nem sempre envolvem a atuação do cirurgião do aparelho digestivo na sala de cirurgia, dependendo da condição específica do paciente e da gravidade do transtorno digestivo. São inúmeros os problemas que podem acometer o sistema digestivo, desde gastrites e prisão de ventre até tumores, hérnias e diverticulite crônica.
Nesses casos, somente um profissional de saúde capacitado, por exemplo, um gastrocirurgião, será capaz de avaliar adequadamente cada quadro clínico e determinar a melhor abordagem.
Em algumas situações, certos medicamentos ou mudanças no estilo de vida podem ser suficientes para tratar o transtorno diagnosticado.
Contudo, em condições mais severas, a cirurgia pode ser necessária para restaurar a saúde digestiva e melhorar a qualidade de vida do paciente.
